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sexta-feira, 23 de maio de 2025

Resumo extraído do Capítulo 30, do livro: Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics, 9th Ed

Capítulo 30 – Fontes de Campo Magnético


30.1 – A Lei de Biot–Savart

Esta secção introduz a lei de Biot–Savart, que permite calcular o campo magnético produzido por um elemento de corrente. Baseia-se em observações experimentais feitas por Biot e Savart em 1820:

  • O campo magnético elementar dBd\vec{B} gerado por um segmento de fio dsd\vec{s} com corrente II é:

    • Perpendicular tanto a dsd\vec{s} como ao vector unitário r^\hat{r}, que aponta do elemento para o ponto de observação.

    • Proporcional a II, ao comprimento do elemento dsds e ao seno do ângulo entre dsd\vec{s} e r^\hat{r}.

    • Inversamente proporcional ao quadrado da distância r2r^2.

A expressão matemática é:

dB=μ04πIds×r^r2d\vec{B} = \frac{\mu_0}{4\pi} \frac{I\, d\vec{s} \times \hat{r}}{r^2}

com μ0=4π×107T.m/A\mu_0 = 4\pi \times 10^{-7} \, \text{T·m/A} (permeabilidade do vácuo).

Para obter o campo total B\vec{B}, integra-se sobre toda a distribuição de corrente:

B=μ0I4πds×r^r2\vec{B} = \frac{\mu_0 I}{4\pi} \int \frac{d\vec{s} \times \hat{r}}{r^2}

Exemplos importantes:

  • Fio rectilíneo infinito: resulta num campo B=μ0I2πaB = \frac{\mu_0 I}{2\pi a}, com aa a distância ao fio.

  • Segmento de fio curvo (arco): campo no centro B=μ0Iθ4πaB = \frac{\mu_0 I \theta}{4\pi a}.

  • Espira circular: no eixo da espira o campo é Bx=μ0Ia22(a2+x2)3/2B_x = \frac{\mu_0 I a^2}{2(a^2 + x^2)^{3/2}}.


30.2 – Força Magnética entre Dois Condutores Paralelos

Esta secção mostra que dois condutores paralelos com corrente exercem força um sobre o outro devido aos campos magnéticos que cada um gera:

  • O campo criado por um fio rectilíneo é:

B=μ0I2πaB = \frac{\mu_0 I}{2\pi a}
  • A força magnética por unidade de comprimento sobre o segundo fio (separado por uma distância aa) é:

FB=μ0I1I22πa\frac{F_B}{\ell} = \frac{\mu_0 I_1 I_2}{2\pi a}

Conclusões importantes:

  • Correntes no mesmo sentido → força atractiva.

  • Correntes em sentidos opostos → força repulsiva.

Esta interacção é a base da definição do ampere: duas correntes de 1 A em fios paralelos separados por 1 metro exercem uma força de 2×107N/m2 \times 10^{-7} \, \text{N/m}.

Exemplo 30.4: determina o valor de corrente necessário nos fios do solo para levitar um terceiro fio (com corrente oposta) através do equilíbrio entre força magnética e peso.


30.3 – Lei de Ampère

A Lei de Ampère fornece uma forma alternativa à de Biot–Savart para calcular o campo magnético em casos com elevada simetria:

Bds=μ0Ienc\oint \vec{B} \cdot d\vec{s} = \mu_0 I_{\text{enc}}

Esta equação afirma que a integral de linha do campo magnético B\vec{B} ao longo de um caminho fechado é proporcional à corrente total IencI_{\text{enc}} que atravessa a superfície delimitada por esse caminho.

Aplicações típicas:

  • Fio rectilíneo longo: permite derivar novamente B=μ0I2πrB = \frac{\mu_0 I}{2\pi r}.

  • Fios com corrente uniforme: campo interno varia com rr (proporcional), campo externo varia como 1/r1/r.

  • Toroides: B=μ0NI2πrB = \frac{\mu_0 N I}{2\pi r} dentro do toróide, e zero fora.

  • Solenoide ideal: campo uniforme no interior, dado por:

B=μ0nIB = \mu_0 n I

onde n=N/n = N/\ell é o número de espiras por unidade de comprimento.



30.4 – O Campo Magnético de um Solenóide

Um solenóide é um fio enrolado em forma de hélice, normalmente com muitas espiras, por onde circula uma corrente. Esta configuração produz um campo magnético quase uniforme no seu interior.

Características do campo magnético:

  • As linhas de campo são paralelas e densamente espaçadas no interior → campo forte e quase uniforme.

  • No exterior, o campo é fraco e disperso, semelhante ao de um íman de barra.

Campo magnético de um solenóide ideal:

  • Num solenóide longo, com espiras apertadas, o campo interior é:

B=μ0nIB = \mu_0 n I

onde:

  • μ0\mu_0 é a permeabilidade do vazio,

  • nn é o número de espiras por unidade de comprimento (n=N/n = N/\ell),

  • II é a corrente no solenóide.

Observações:

  • Esta fórmula é válida no centro do solenóide (longe das extremidades).

  • À medida que o solenóide se torna mais comprido, o campo no interior torna-se mais uniforme e o campo exterior tende para zero.


30.5 – A Lei de Gauss para o Eletromagnetismo

Esta secção introduz a lei de Gauss para o Eletromagnetismo, análoga à lei de Gauss para o campo eléctrico, mas com uma diferença fundamental:

ΦB=BdA=0\Phi_B = \oint \vec{B} \cdot d\vec{A} = 0

Isto significa que o fluxo magnético total através de uma superfície fechada é sempre zero.

Implicações:

  • As linhas de campo magnético não têm princípio nem fim, formando laços fechados.

  • Isto reflete o facto de não existirem monopólos magnéticos (ou seja, nunca foram observadas cargas magnéticas isoladas).

  • As linhas de campo que entram numa superfície fechada são sempre equilibradas pelas que saem.


30.6 – Magnetismo na Matéria

Nesta secção explora-se a origem do magnetismo nos materiais, com base nos momentos magnéticos atómicos, que resultam:

  1. Do movimento orbital dos electrões.

  2. Do spin intrínseco dos electrões (propriedade quântica).

Momento Magnético Orbital

  • Um electrão em órbita comporta-se como uma espira de corrente.

  • O momento magnético associado é proporcional ao momento angular orbital:

m=e2meL\vec{m} = \frac{e}{2m_e} \vec{L}

mas com sentido oposto ao de L\vec{L} devido à carga negativa do electrão.

Momento Magnético de Spin

  • Mesmo sem se mover em órbita, o electrão possui um momento magnético devido ao seu spin.

  • Este é dado por:

μspin=e2me=μB\mu_{\text{spin}} = \frac{e \hbar}{2m_e} = \mu_B

onde μB\mu_B é o magnetão de Bohr.

Comportamento dos materiais magnéticos

Os materiais classificam-se segundo a resposta ao campo magnético:

  1. Ferromagnéticos:

    • Materiais como o ferro e o níquel têm domínios magnéticos onde os momentos estão alinhados.

    • Em ausência de campo externo, os domínios estão desordenados → o material não está magnetizado.

    • Com campo externo, os domínios alinham-se → o material fica magnetizado permanentemente.

    • Acima da temperatura de Curie, perdem o ferromagnetismo e tornam-se paramagnéticos.

  2. Paramagnéticos:

    • Átomos com momentos magnéticos permanentes, mas sem interação forte entre si.

    • Em campo externo, os momentos tendem a alinhar-se, mas o movimento térmico dificulta este alinhamento → magnetização fraca e temporária.

  3. Diamagnéticos:

    • Ocorre em todos os materiais, mas é geralmente fraco.

    • Um campo externo induz correntes atómicas que criam um campo oposto ao campo aplicado → efeito repulsivo.

    • Em materiais supercondutores, ocorre o efeito de Meissner, onde o campo magnético é completamente expulso do interior do material.


Resumo

O capítulo aborda as fontes dos campos magnéticos, com foco nos seguintes pontos principais:

  • A lei de Biot–Savart permite calcular o campo magnético gerado por elementos de corrente.

  • Dois condutores paralelos com corrente exercem forças magnéticas entre si, fundamento para a definição do ampere.

  • A lei de Ampère fornece uma forma simplificada de calcular o campo magnético em geometrias simétricas.

  • Em configurações especiais como solenóides e toroides, os campos magnéticos podem ser intensos e previsíveis.

  • A lei de Gauss para o magnetismo mostra que não existem monopólos magnéticos: o fluxo magnético através de qualquer superfície fechada é zero.

  • O magnetismo na matéria tem origem em momentos magnéticos atómicos (orbitais e de spin), levando a diferentes tipos de comportamento: ferromagnetismo, paramagnetismo e diamagnetismo.



Capa do Capítulo 30, do livro: Physics for Scientists and Engineers with Modern Physics, 9th Ed


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