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quarta-feira, 4 de junho de 2025
Problema de teste Controlo de Sistemas, resolvido
sexta-feira, 30 de maio de 2025
Resumo extraído do capítulo 2 do livro Modern Control Engineering de Katsuhiko Ogata, 5ª edição
Capítulo 2 – Modelos Matemáticos para Sistemas de Controlo
Este capítulo foca-se em representar sistemas físicos através de funções de transferência — uma abordagem baseada na frequência e fundamental na teoria clássica de controlo. Enquanto o Capítulo 1 se centrava na modelação no domínio do tempo (com equações diferenciais), aqui passa-se para a representação no domínio da frequência, mais especificamente usando transformadas de Laplace e funções de transferência. Esta metodologia simplifica a análise de sistemas lineares invariantes no tempo (LTI), transformando equações diferenciais em equações algébricas.
O capítulo introduz a ideia de que qualquer sistema linear descrito por equações diferenciais com coeficientes constantes pode ser analisado no domínio da frequência, o que facilita o estudo da resposta do sistema a entradas variadas, a análise de estabilidade e a síntese de controladores.
Secção 2.1: A transformada de Laplace
Esta secção introduz e define a transformada de Laplace, que converte funções no domínio do tempo em funções de variável complexa no domínio da frequência. A definição da transformada de Laplace unilateral é apresentada como:
São discutidas as propriedades fundamentais da transformada, incluindo:
-
Linearidade
-
Deslocamento no tempo
-
Derivadas e integrais
-
Teorema do valor inicial e final
A transformada é particularmente útil para resolver equações diferenciais, pois transforma a operação de diferenciação numa multiplicação algébrica por , simplificando a análise de sistemas.
Além disso, a secção fornece várias transformadas comuns e usa exemplos para mostrar como aplicar a transformada de Laplace para resolver equações diferenciais ordinárias que descrevem sistemas dinâmicos.
Secção 2.2: Função de transferência de Sistemas Lineares
Esta secção define a função de transferência como a razão entre a transformada de Laplace da saída e da entrada de um sistema, assumindo condições iniciais nulas:
São analisados diferentes tipos de sistemas físicos (mecânicos e elétricos), ilustrando como derivar as suas funções de transferência a partir das equações diferenciais que os governam. Exemplos incluem:
-
Sistemas massa-mola-amortecedor
-
Circuitos RLC
Para cada tipo de sistema, a equação diferencial é transformada numa equação algébrica via transformada de Laplace e reorganizada para obter .
A função de transferência fornece uma descrição completa do comportamento dinâmico do sistema (para sistemas LTI), permitindo prever a resposta a entradas arbitrárias no domínio da frequência.
Secção 2.3: Diagrama de Blocos
Esta secção introduz os diagramas de blocos, uma ferramenta gráfica para representar a interligação de sistemas dinâmicos e os fluxos de sinal. Cada bloco representa um subsistema com a sua função de transferência associada, e as conexões entre blocos representam as relações de sinal (soma, subtração, ramificações).
São introduzidas várias regras fundamentais de simplificação de diagramas de blocos, tais como:
-
Combinação de blocos em série e paralelo
-
Realimentações (feedback)
-
Movimentação de somadores e ramos
São fornecidos exemplos para mostrar como converter uma equação diferencial num diagrama de blocos equivalente, e como simplificar esse diagrama para obter a função de transferência global de sistemas compostos. Esta técnica é essencial para a modelação modular e análise de sistemas complexos de controlo.
Secção 2.4 – Modelação no Espaço de Estados
Esta secção introduz a abordagem moderna à modelação de sistemas dinâmicos — a representação no espaço de estados — que se tornou essencial com o aumento da complexidade dos sistemas e o uso intensivo de computadores no projeto de controlo.
Conceitos fundamentais:
-
Estado: É definido como o conjunto mínimo de variáveis necessário para descrever completamente o comportamento de um sistema dinâmico a partir de um determinado instante e entrada.
-
Variáveis de estado: São os elementos do vetor de estado, escolhidos geralmente como saídas de integradores no sistema.
-
Vector de estado: Um vetor que agrupa todas as variáveis de estado.
-
Espaço de estados: Um espaço n-dimensional em que cada eixo representa uma variável de estado.
Equações no espaço de estados:
O comportamento de sistemas dinâmicos é descrito por:
-
Equação de estado:
-
Equação de saída:
Nos sistemas lineares e invariantes no tempo, estas equações assumem a forma matricial:
Exemplo:
A secção inclui um exemplo prático com um sistema massa-mola-amortecedor, onde se mostra como escolher as variáveis de estado (deslocamento e velocidade) e formular as equações no espaço de estados.
Esta representação é vantajosa para sistemas com múltiplas entradas e saídas (MIMO), sistemas não lineares e para o projeto de controladores em tempo real.
Secção 2.5 – Representação em Espaço de Estados de Sistemas com Equações Diferenciais Escalares
Esta secção mostra como converter uma equação diferencial escalar de ordem n numa forma de primeira ordem no espaço de estados. Isto é essencial porque os métodos modernos de análise e controlo operam sobre sistemas de primeira ordem em forma matricial.
Casos abordados:
-
Sem derivadas da entrada (u):
Uma equação diferencial comopode ser convertida definindo variáveis de estado sucessivas como
resultando numa forma padrão:
-
Com derivadas da entrada (u):
Quando a entrada também aparece com derivadas, como:O truque está em escolher variáveis de estado que absorvam as derivadas da entrada, garantindo que a equação de estado não as contenha explicitamente. A matriz B será ajustada com base nos coeficientes , calculados a partir de uma fórmula que os reexprime em função das constantes e .
Este processo é fundamental para gerar modelos equivalentes que podem ser manipulados com ferramentas modernas (como MATLAB).
Secção 2.6 – Transformação de Modelos Matemáticos com MATLAB
Esta secção apresenta as funções básicas do MATLAB usadas para converter entre funções de transferência e representações no espaço de estados, e vice-versa.
Transformar de função de transferência para espaço de estados:
-
Comando:
[A, B, C, D] = tf2ss(num, den)
Onde
num
eden
são os coeficientes do numerador e denominador da função de transferência. -
Esta transformação retorna uma forma canónica controlável por padrão, mas outras formas são possíveis com manipulações adicionais.
Transformar de espaço de estados para função de transferência:
-
Comando:
[num, den] = ss2tf(A, B, C, D)
Para sistemas com múltiplas entradas, é possível indicar qual entrada usar com um argumento adicional:
[num, den] = ss2tf(A, B, C, D, iu)
Exemplos:
São apresentados exemplos em MATLAB mostrando a aplicação dos comandos a sistemas simples, verificando que a conversão é consistente e mantendo a equivalência matemática entre as representações.
Esta secção destaca o poder e a utilidade das ferramentas computacionais para a análise e síntese de sistemas de controlo complexos.
Secção 2.7 – Linearização de Modelos Matemáticos Não Lineares
Esta secção trata do processo de linearização, uma técnica essencial para lidar com sistemas não lineares, ao aproximar o comportamento do sistema em torno de um ponto de operação em equilíbrio.
Sistemas não lineares:
-
Um sistema é considerado não linear quando não obedece ao princípio da sobreposição.
-
Muitos sistemas físicos apresentam não linearidades (como saturação, zona morta, ou comportamentos quadráticos), mesmo que sejam tratados como lineares em regime limitado.
Linearização em torno de um ponto de equilíbrio:
-
Na prática, os sistemas operam muitas vezes próximos de um ponto de equilíbrio (estado estacionário), o que permite aproximar o sistema por um modelo linear válido nesse intervalo.
-
A técnica baseia-se no desenvolvimento em série de Taylor da função não linear em torno de um ponto de equilíbrio , desprezando os termos de ordem superior:
-
Para sistemas com múltiplas variáveis de entrada (e.g. ), a aproximação linear torna-se:
Aplicações:
-
Esta abordagem permite aplicar as ferramentas de controlo linear a sistemas originalmente não lineares, desde que as variações em torno do ponto de equilíbrio sejam pequenas.
-
Inclui-se um exemplo de linearização da equação , mostrando o cálculo do erro ao substituir o modelo exato pelo linearizado.
Secção 2.8 – Modelos de Sistemas Dinâmicos com MATLAB
Esta secção mostra como usar o MATLAB para criar e manipular modelos de sistemas dinâmicos representados por funções de transferência e representações em espaço de estados.
Funções principais apresentadas:
-
Criação de uma função de transferência:
sys = tf(num, den)
-
Criação de um sistema em espaço de estados:
sys = ss(A, B, C, D)
-
Conversão de uma função de transferência para espaço de estados:
[A, B, C, D] = tf2ss(num, den)
-
Conversão inversa – espaço de estados para função de transferência:
[num, den] = ss2tf(A, B, C, D)
-
Impressão da função de transferência:
printsys(num, den)
Exemplos práticos:
Incluem-se exemplos detalhados onde são aplicadas estas funções:
-
Representações de sistemas com múltiplos blocos (em cascata, paralelo ou com realimentação).
-
Verificação de equivalência entre modelos diferentes (transferência vs. espaço de estados).
-
Uso de comandos
series
,parallel
efeedback
para combinar blocos.
Esta secção prepara o leitor para análises mais avançadas com auxílio computacional.
Secção 2.9 – Observações Finais sobre a Modelação de Sistemas
Esta secção encerra o capítulo com reflexões importantes sobre a prática de modelação.
Pontos principais:
-
Modelos matemáticos são aproximações: Um modelo é sempre uma representação simplificada da realidade. O nível de detalhe a incluir depende do objetivo da análise.
-
Validade limitada: Um modelo que é válido para uma condição de operação pode não ser adequado noutras. Isso reforça a importância de:
-
Validar o modelo com dados experimentais.
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Reconhecer a existência de propriedades negligenciadas (não linearidades, parâmetros distribuídos, atrito, etc.).
-
-
Escolha da representação: Dependendo do tipo de análise (resposta no tempo, frequência, controlo ótimo), pode ser mais conveniente usar:
-
Funções de transferência para sistemas SISO lineares.
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Espaço de estados para sistemas MIMO ou para controlo moderno.
-
-
Linearização como ferramenta: Permite usar métodos lineares em sistemas originalmente não lineares, desde que haja limitação no intervalo de operação.
O autor reforça que a compreensão dos princípios de modelação e das suas limitações é essencial para a análise e o projeto eficaz de sistemas de controlo.
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terça-feira, 18 de março de 2025
Resumo extraído do capítulo 1 do livro Modern Control Engineering de Katsuhiko Ogata, 5ª edição
Capítulo 1 – Introdução aos Sistemas de Controlo
1.1 Introdução
Este capítulo apresenta uma visão geral da teoria dos sistemas de controlo, abordando as teorias clássica, moderna e robusta. Explica a importância dos sistemas de controlo automático em diversas áreas da engenharia, como veículos espaciais, sistemas robóticos e processos industriais.
O livro destina-se a estudantes de engenharia e inclui materiais matemáticos complementares sobre transformadas de Laplace e análise vetorial-matricial nos apêndices.
Breve História do Desenvolvimento da Teoria de Controlo
- James Watt (século XVIII) desenvolveu o governador centrífugo para o controlo de velocidade de motores a vapor.
- Minorsky (1922) trabalhou em controladores automáticos para navios e estudou estabilidade.
- Nyquist (1932) desenvolveu um método para análise da estabilidade de sistemas em malha fechada.
- Hazen (1934) introduziu o termo servomecanismos e discutiu controladores de posição.
- Anos 1940–1950: desenvolvimento do diagrama de Bode e do método do lugar das raízes (Evans). A teoria clássica tornou-se predominante, baseada na resposta em frequência e no domínio da transformada de Laplace.
- Anos 1960–1980: a teoria moderna emergiu com o uso de variáveis de estado e análise no domínio do tempo, permitindo o controlo de sistemas mais complexos e multivariáveis.
- Anos 1980–1990: foco na teoria de controlo robusto, que considera incertezas nos modelos e utiliza métodos avançados para garantir estabilidade e desempenho.
1.2 Exemplos de Sistemas de Controlo
São apresentados vários exemplos práticos de sistemas de controlo:
- Sistema de controlo de velocidade: exemplificado pelo governador de Watt para motores, que ajusta automaticamente a quantidade de combustível para manter a velocidade desejada.
- Sistema de controlo de temperatura: um forno elétrico cuja temperatura é monitorizada e ajustada automaticamente.
- Sistemas empresariais: o controlo pode ser aplicado a processos organizacionais para otimizar desempenho e minimizar erros.
- Sistemas de controlo robusto: abordagem que considera incertezas no modelo do sistema, garantindo que o desempenho seja mantido apesar das variações.
1.3 Controlo em Malha Fechada vs. Malha Aberta
- Sistemas de controlo em malha fechada (feedback): utilizam realimentação para comparar o valor de saída com o valor desejado, ajustando a entrada para minimizar erros. Exemplo: um termostato regula a temperatura de uma sala.
- Sistemas de controlo em malha aberta: não possuem realimentação, operam com base em configurações predefinidas e não corrigem automaticamente desvios. Exemplo: uma máquina de lavar roupa que executa ciclos com tempos fixos sem medir a limpeza das roupas.
Comparação:
-> Vantagens da malha fechada: insensibilidade a perturbações, maior precisão e correção automática de erros.
-> Desvantagens: maior complexidade, custo e possível instabilidade se o feedback não for bem projetado.
1.4 Projeto e Compensação de Sistemas de Controlo
O capítulo introduz conceitos de projeto e compensação de sistemas de controlo:
- Compensação refere-se a ajustes no sistema para garantir que atenda às especificações desejadas. Pode ser feita por controladores PID, técnicas de resposta em frequência, lugar das raízes e espaço de estados.
- O primeiro passo no projeto é definir as especificações de desempenho, como tempo de resposta, estabilidade e erro em regime permanente.
1.5 Estrutura do Livro
Os capítulos seguintes tratam de modelação matemática de sistemas, resposta transitória e em regime permanente, análise de estabilidade, técnicas de compensação e métodos modernos de controlo, incluindo a teoria de controlo ótimo e robusto.
segunda-feira, 17 de junho de 2024
Problema de teste de Controlo de Sistemas, resolvido
Clique aqui para ver a resolução completa
quarta-feira, 22 de maio de 2024
Controlo de Sistemas - problema de teste resolvido
Resolução do Problema 1 do 1º teste de Controlo de Sistemas (2024-04-30), do Politécnico de Setúbal
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
Resolução do teste de 02-04-2014, de Controlo de Sistemas, eng. Mecânica, IST
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Modelos matemáticos de sistemas dinâmicos
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Resolução - Fundamentos de Controlo IST
sexta-feira, 20 de março de 2015
Suspensão activa - Modelo matemático para Controlo de Sistemas
Resolução do teste de 02-04-2014, de Controlo de Sistemas, eng. Mecânica, IST
Pag. 1 da resolução:
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